Olá, pessoas!!!!
Estou um pouco sumida do nosso blog. Infelizmente, o trabalho vem consumindo muito minhas energias, mas, prometo que vou melhorar a frequência de postagens aqui no nosso "cantinho".
A maioria das minhas postagens é por causa dos meus alunos, do que estamos lendo em sala, do que estamos estudando, enfim. Porém, algumas das minhas postagens são motivadas por reflexões minhas sobre a vida ou por causa de algum momento da vida. Hoje, a postagem é pelo segundo motivo: momentos da minha vida. Ontem, uma grande amiga minha perdeu sua mais que avó, sua Mãe. E hoje, diante do incomensurável sofrimento vivido por ela e acompanhado por mim, lembrei-me das elegias que Cecília Meireles escreveu, também por ocasião da perda de sua também mais que avó e que mostram, com tanta beleza, como dói perder alguém tão amado. Por isso, hoje, posto duas elegias (poemas feitos por ocasião da morte de alguém. Segundo o dicionário Michaelis, poema pequeno dedicado ao luto ou à tristeza). A primeira que trago, foi a primeira das nove escritas. E por ser a primeira, é a mais dolorida. A segunda que trago, foi a a terceira escrita e já se percebe uma resignação maior, uma saudade maior e uma dor mais branda, como o tempo faz aos corações que perdem alguém.
Aí vão as elegias.
1
MINHA PRIMEIRA LÁGRIMA caiu dentro dos teus olhos.
Tive medo de a enxugar: para não saberes que havia caído.
Tive medo de a enxugar: para não saberes que havia caído.
No dia seguinte, estavas imóvel, na tua forma definitiva,
modelada pela noite, pelas estrelas, pelas minhas mãos.
Exalava-se de ti o mesmo frio do orvalho; a mesma claridade
[da lua
Vi aquele dia levantar-se inutilmente para as tuas pálpebras,
e a voz dos pássaros e a das águas de correr, - sem que a
[ recolhessem teus ouvidos inertes.
modelada pela noite, pelas estrelas, pelas minhas mãos.
Exalava-se de ti o mesmo frio do orvalho; a mesma claridade
[da lua
Vi aquele dia levantar-se inutilmente para as tuas pálpebras,
e a voz dos pássaros e a das águas de correr, - sem que a
[ recolhessem teus ouvidos inertes.
Onde ficou teu outro corpo? Na parede? Nos móveis? No teto?
Inclinei-me sobre o teu rosto, absoluta, como um espelho.
E tristemente te procurava.
Mas também isso foi inútil, como tudo mais.Inclinei-me sobre o teu rosto, absoluta, como um espelho.
E tristemente te procurava.
Aí vai a segunda elegia que trago.
3
MINHA TRISTEZA é não poder mostrar-te as nuvens brancas,
e as flores novas, como aroma em brasa,
com sua coroas crepitantes de abelhas.
Teus olhos sorririam,
agradecendo a Deus o céu e a terra:
eu sentiria teu coração feliz
como um campo onde choveu.
MINHA TRISTEZA é não poder mostrar-te as nuvens brancas,
e as flores novas, como aroma em brasa,
com sua coroas crepitantes de abelhas.
Teus olhos sorririam,
agradecendo a Deus o céu e a terra:
eu sentiria teu coração feliz
como um campo onde choveu.
Minha tristeza é não poder acompanhar contigo
o desenho das pombas voantes,
o destino dos trens pelas montanhas
e o brilho tênue de cada estrela
brotando à margem do crepúsculo.
o desenho das pombas voantes,
o destino dos trens pelas montanhas
e o brilho tênue de cada estrela
brotando à margem do crepúsculo.
Tomarias o luar nas tuas mãos,
fortes e simples como as pedras,
e dirias apenas: ‘ Como vem tão clarinho!’
fortes e simples como as pedras,
e dirias apenas: ‘ Como vem tão clarinho!’
E nesse luar das tuas mãos se banharia a minha vida,
sem perturbar sua claridade,
mas também sem diminuir minha tristeza.
sem perturbar sua claridade,
mas também sem diminuir minha tristeza.
Para quem ainda não a conhece, trago uma foto de Cecília Meireles.
Reflitamos!!!!!
Beijos
Amanda
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