quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mudemos sempre!!!!

Olá, pessoas!!!!

    Ontem queria postar este texto de Clarice Lispector, mas o texto "Tentação" ficou me tentando  (rsrsrsrsrsrs) e não consegui deixá-lo para depois. Mas, então, hoje vai!!!!!


MUDANÇA

Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a
velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente, observando com
atenção os lugares por onde você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia,
ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
Depois, procure dormir em outras camas
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor,
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida,
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete,
outro creme dental...
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas,
troque de carro, compre novos
óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros,
outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light, mais prazeroso,
mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já
conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena !!!
   
  
  E para finalizar, por hoje, reflitamos com Clarice: 
 
"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia.
Sou um o quê? Um quase tudo".
 
Clarice Lispector
Beijos
Amanda

quarta-feira, 27 de abril de 2011

CLARICE LISPECTOR

Olá, pessoas!!!

  Ando meio sumidinha do nosso blog, mas não é por falta de atenção não, foram dois motivos: a Semana Santa (descanso, graças a Deus) e uma dor de garganta que vem me torturando esta semana. Mas, enfim, estou de volta. E o texto de hoje foi motivado por uma aula minha, hoje, na 8a série da tarde. Lá, na aula, líamos um texto de Clarice Lispector de nome "Tentação", que fomentou um debate interessante sobre se sentir diferente no mundo e também amar o diferente. Por isso, trago este texto para vocês refletirem hoje.


TENTAÇÃO


Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.
Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes do Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam. Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina. Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.

Agora, uma foto de Clarice.
 
 

E aí? O texto de Clarice Lispector tocou vocês? Como? Me contem!!!!
Beijos
Amanda

quarta-feira, 20 de abril de 2011

FRASE DO DIA!!!!

Olá, pessoas!!!!

   Hoje pela manhã ouvi este pensamento na televisão e achei que deveria compartilhar com vocês. Concordo plenamente com Quintana.


"Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas." (Mario Quintana)

Uma excelente Semana Santa para todos!!

Beijos
Amanda

terça-feira, 19 de abril de 2011

OUTRO ANIVERSARIANTE ILUSTRE: MONTEIRO LOBATO

Olá, pessoas!!!!

    Olha eu aqui outra vez!!! rsrsrsrsrs Apareci novamente para dizer que temos mais um aniversariante ilustre no dia de hoje. Trata-se de Monteiro Lobato, que faria hoje, se estivesse vivo, 129 anos; quatro a mais que Manuel Bandeira.
Abaixo segue a reportagem.
Beijos e Feliz Páscoa!!!

Amanda


Monteiro Lobato completaria, nesta segunda, 129 anos
Publicado em 18.04.2011, às 12h57
Do NE10

Escritor, crítico de arte e diplomata, Monteiro Lobato se envolveu bastante com a cultura popular, retratando-a em suas obras

Emília, Dona Benta, Narizinho e Pedrinho. Quem não conhece esses personagens? A turma do Sítio do Pica-pau Amarelo foi criada por José Bento Monteiro Lobato, que completaria nesta segunda-feira (18) 129 anos. A obra dele persiste até hoje como referência no campo de literatura infantil brasileira, embora Monteiro Lobato também tenha escrito livros adultos.

Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882 em Taubaté, São Paulo, e estreou na literatura com pequenos contos para os jornais estudantis dos colégios Kennedy e Paulista, onde estudou. Cursou Direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, mas sempre se dedicou às suas paixões: escrever e desenhar. Ilustrou diversas publicações dos alunos, vencendo um concurso literário promovido em 1904 pelo Centro Acadêmico XI de Agosto. Lobato leu bastante e entrou em contato com a obra do filósofo alemão Nietzsche, cujo pensamento guiou sua obra.

Em 1909, participou de um concurso de cartazes no Rio de Janeiro, colaborando com desenhos para revistas como Fon-Fon e Vida Moderna. Também ilustrou a capa de seu primeiro livro, Urupês. Então, apresentou seu personagem-símbolo, o Jeca Tatu. Preguiçoso e adepto da "lei do menor esforço", Jeca era completamente diferente dos caipiras e indígenas idealizados pelos escritores românticos do início do século 19, como José de Alencar.

PRIMEIROS TRABALHOS - Na década de 1910, Lobato se tornou um importantes crítico de arte na cidade de São Paulo. A morte súbita do avô lhe deixou de herança a Fazenda do Buquira, para a qual se mudou com a família. As terras localizadas na Serra da Mantiqueira já estavam esgotadas pela lavoura do café, mas Lobato reergueu o negócio e investiu em projetos agrícolas audaciosos. Escreveu também artigos para O Estado de S. Paulo, como "Uma velha praga", em que denunciava as queimadas no Vale do Paraíba, no final de 1914.

Quando cansou da monotonia do campo, o escritor vendeu a fazenda e instalou-se na capital paulista. Com o dinheiro, pôde dedicar-se exclusivamente à redação de artigos para jornais da região e livros. Ele colaborou com diversas publicações, mas o que mais o empolgou foi a linha nacionalista da Revista do Brasil, lançada em janeiro de 1916. Ele chegou a comprar a revista e, assim, deu vez e voz para novos talentos, que apareciam em suas páginas ao lado de gente famosa.

Lobato também se envolveu em muitas polêmicas, como no lançamento da exposição de Anita Malfatti, em 1917. Ele criticou duramente a artista, que ficou bastante abalada com as duras palavras de Lobato, chegando a quase desistir da carreira. Apesar disso, sua editora levou aos leitores "O homem e a morte", de Menotti del Picchia, e "Os Condenados", de Oswald de Andrade - autores modernistas. Em poucos anos, Lobato entregou a direção da Revista do Brasil a Paulo Prado e Sérgio Milliet, passando a dedicar-se apenas à editora. Visionário, importou mais máquinas dos Estados Unidos e da Europa.

LITERATURA INFANTIL - No Natal de 1920, surge sua primeira história infantil: "A menina do narizinho arrebitado". Com capa e desenhos de Voltolino, famoso ilustrador da época, o livrinho fez - e ainda faz - o maior sucesso. Então, a turma do Sítio do Pica-pau Amarelo se solidificou como favorita de muitos jovens em novos episódios, tendo sempre como personagens Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Tia Nastácia e Emília, a boneca de pano falante e arteira.

Sua intenção era criar aventuras com figuras bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional. Seus personagens, depois, misturaram-se com elementos da literatura universal, mitologia grega, quadrinhos e cinema, atraindo as crianças para universos antes desconhecidos. Através do personagem Visconde de Sabugosa, um grande sabe-tudo, o autor transmitia também conhecimentos e idéias de história, geografia e matemática.

As histórias renderam muitas publicações, tiveram muito sucesso; porém, na década de 20, Lobato enfrentou crises em seus negócios. A Revolução dos Tenentes, em julho de 1924, paralisou as atividades da sua empresa durante dois meses, gerando grande prejuízo. Então, seguiu-se uma inesperada seca, com corte no fornecimento de energia - o maquinário gráfico passou a funcionar apenas dois dias por semana. Por fim, com a desvalorização da moeda da época e suspensão do redesconto de títulos pelo Banco do Brasil, Lobato se viu com um enorme rombo financeiro e muitas dívidas.

NOVOS RUMOS - A única alternativa foi pedir a autofalência, apresentada em julho de 1925. Reergue-se rápido, criando a Companhia Editora Nacional, agora no Rio de Janeiro, onde passou dois anos. Entre as novas edições, estavam traduções de Hans Staden e Jean de Léry, viajantes europeus que andaram pelo Brasil no século 16.Recobrou o antigo prestígio.

Lobato viajou bastante e escreveu, novamente, para muitos jornais, sobre temas diversos. Em 1927, assumiu o posto de adido comercial em Nova Iorque e partiu para os Estados Unidos, deixando a Companhia Editora Nacional sob o comando de seu sócio, Octalles Marcondes Ferreira. Por quatro anos, acompanhou de perto as inovações tecnológicas e se esforçou para alavancar o progresso da sua terra, trabalhando a favor do estreitamento das relações comerciais entre as duas economias.

Desafiador, durante a ditadura de Vargas, o Estado Novo, Lobato foi preso. Denunciou as torturas e maus-tratos praticados pela polícia. Após três meses encarcerado, foi libertado graças a uma campanha de intelectuais e amigos, mas continuou sendo perseguido. Em junho de 1941, foi ordenada em São Paulo a imediata apreensão e destruição de todos os exemplares de Peter Pan, adaptado por Lobato. Centenas de volumes foram recolhidos em diversas livrarias e muitos deles, queimados.

Lobato se envolveu com política, aproximando-se dos comunistas e saudou seu líder, Luís Carlos Prestes, em grande comício realizado no Estádio do Pacaembu em julho de 1945. Indignado com o governo Dutra, escreveu Zé Brasil, relato em que Jeca Tatu, preguiçoso incorrigível, vira um trabalhador rural sem terra, lutando contra o latifúndio e a distribuição injusta da propriedade rural. Morreu em 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade, deixando uma grande contribuição às crianças, jovens e adultos.

ANIVERSÁRIO ILUSTRE

Olá, pessoas!!!!

   Hoje é aniversário de uma pessoa ilustre. Vocês conseguem adivinhar de quem é? Vou dar um tempinho para vocês pensarem. 5 segundos é o suficiente? Vou dar uma dica: estou postando bastante sobre ele (outra dica: é homem!). Começou a contgem: 5, 4, 3, 2, 1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Quem acertou?

Aí vai uma foto do aniversariante!!!!!!!

   
    Claro que estou falando de Manuel Bandeira!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Se Bandeira estivesse vivo, ele estaria completando 125 anos!!!!!!!!!! E por isso, o Espaço Pasárgada vai vivenciar, nesta semana, uma programação especial em homenagem ao pernambucaníssimo Manuel Bandeira.

    Mais tarde volto com mais poemas. Abaixo, segue a programação comemorativa do aniversário do poeta.

Beijos
Amanda

125 anos de Manuel Bandeira – programação

No dia 19 de abril de 1886, há 125 anos, nasceu um recifense que veio a se tornar um dos maiores escritores do País. Para celebrar a data e difundir sua obra, a Secretaria de Cultura  realiza várias ações em parceria com diversas escolas e artistas locais no Espaço Pasárgada e em outros pontos da Região Metropolitana o Mês de Manuel Bandeira.
De 12 a 19 de abril, o casarão onde o poeta viveu parte de sua infância transforma-se em palco de saraus literários, peças teatrais e declamação de poemas. Tudo isso protagonizado por estudantes de diversas escolas da região metropolitana do Recife. Selma Coelho, coordenadora do Espaço, afirma que “os alunos tiveram a oportunidade de conhecer um pouco da vida e da obra do escritor nas últimas semanas e cada escola preparou uma atividade para homenageá-lo”.
A programação da semana comemorativa também conta com debates, oficinas, exibição de filmes e “plantões literários”; rodas de conversa com escritores pernambucanos. Entre eles, Olímpio Bonald, Sérgio Leandro, Mídio Cavalcante de Albuquerque e Ana Maria César. O Espaço Pasárgada também segue de portas abertas ao público que desejar se tornar um “Amigo da Biblioteca” doando livros de Manuel Bandeira à instituição.
POESIA EM TODA PARTE - Pensando que a poesia está presente em todas as manifestações artísticas, a Coordenadoria de Literatura propõe outras ações para celebrar Bandeira. No dia do aniversário do poeta (19), a partir das 16h30, alunos de diversas escolas do Recife serão convidados para um recital poético na estátua de Manuel Bandeira, na Rua da Aurora, em que Lucila Nogueira, Valmir Jordão, Pedro Américo de Farias, Ícaro Tenório,  entre outros poetas, participam do recital, declamando seus poemas preferidos do aniversariante.
Entre os dias 26 e 29 de abril acontece o projeto “De bicicleta com Bandeira“. Tomando a bicicleta como outro símbolo da infância, a proposta é levar a poesia de Manuel Bandeira através de “bicicletas de propaganda”.  Além dos poetas participantes do recital da estátua de Bandeira, Jomard Muniz de Britto é outro que gravará seu poema preferido e será ouvido por vários bairros da Região Metropolitana. Serão várias bicicletas circulando por bairros como Santo Antônio, São José, Santo Amaro, Várzea, Pina, Peixinhos e o centro de Ponte dos Carvalhos. “É outra provocação com respeito ao consumismo: queremos anunciar nada mais do que poesia”, revela Wellington de Melo.
Entre as parcerias formadas para a celebração de Bandeira, destaca-se a formada com a Releitura – Rede de Bibliotecas Comunitárias da Região Metropolitana. A Releitura desenvolve no dia 25 de abril a intervenção urbana “Bandeira nas Paradas“, em que mediadores voluntários da Rede realizam leituras de poemas de Bandeira, mini-contos e pequenos causos em paradas de ônibus do Recife. A Releitura lança ainda, no Espaço Pasárgada, no dia 29 de abril a partir das 19h, a exposição “Beba Poesia“, com poemas visuais desenvolvidos por alunos que frequentam as bibliotecas da rede, com o apoio dos mediadores de leitura e designers do projeto. “A ideia é mostrar como a poesia é algo essencial, como a água mesmo”, revela Gabriel Santana, coordenador da rede. “Em uma era de consumismo, a provocação faz pensar. É isso que devemos fomentar: a poesia como uma forma de pensar o mundo”, afirma Wellington de Melo, coordenador de Literatura da Secretaria de Cultura do Estado.
Finalizando a programação, no dia 01 de maio (domingo), o Parque 13 de Maio receberá uma apresentação poético-literária “O melhor divertimento para crianças”, inspirada no poema “Balõezinhos”, voltada para as crianças, com o ator Adriano Cabral e os músicos Rodrigo Félix e Tiago Rabeca.”Duas marcas fortes da poesia de Bandeira são a memória e a infância. Esse será o mote dessa performance, que renovará a afetividade poética entre o querido Bandeira e as crianças e famílias que estiverem no Parque nesse dia.”, esclarece Melo.
Intervenções Urbanas

Terça-feira, dia 19
Recital poético em que poetas declamam seus poemas preferidos de Manuel Bandeira para alunos de escolas do Recife. Participação dos poetas Lucila Nogueira, Valmir Jordão, Pedro Américo de Farias, Ícaro Tenório e Susana Morais.
Local:
Estátua de Manuel Bandeira – Rua da Aurora, próxima ao Ginásio Pernambucano

Domingo, dia 01 de maio
-literária com o ator Adriano Cabral.
Local:
Parque 13 de Maio

Segunda-feira, dia 25
intervenção urbana em diversas paradas de ônibus do Recife, promovida pela Releitura – Rede de Bibliotecas Comunitárias da Região Metropolitana.Poemas de Manuel Bandeira são declamados na voz de Lucila Nogueira, Valmir Jordão, Jomard Muniz de Brito, Pedro Américo de Farias, Ícaro Tenório e Susana Morais e circulam gravados em bicicletas de som por vários bairros da RMR.Espaço Pasárgada (Rua da União, 263 – Boa Vista. Recife-PE)
16h30 – Tarde com Bandeira -
15h – O melhor divertimento para crianças – Apresentação poético
Bandeira nas Paradas -
De 26 a 29
De bicicleta com Bandeira -
Programação do Espaço Pasárgada
Quarta-feira, dia 13
9h às 17h – Declamação de poemas, apresentação de charges e rap (Alunos do ensino médio da Escola Edson Murin Fernandes)
14h às 17h – Plantão literário com o escritor Olímpio Bonald
Quinta-feira, dia 14
9h às 12h – Apresentação teatral (Alunos do ensino fundamental da Escola Luiz de Camões)
14h às 17h – Visitas pedagógicas e plantão literário com o escritor Sérgio Leandro
18h às 21h – CinePasárgada: Exibição do curta-metragem O Poeta do Castelo (1959), de Joaquim Pedro de Andrade. No filme, versos de Manuel Bandeira, lidos pelo próprio poeta, acompanham e transfiguram os gestos banais da rotina em seu pequeno apartamento no centro do Rio de Janeiro. Na sequência, serão exibidos os filmes Soneto do Desmantelo Blue (1992), de Cáudio Assis, Clandestina Felicidade (1998), de Marcelo Gomes e Beto Normal, por fim, O Triunfo (2007), de Geórgia Alves.
Sexta-feira, dia 15
9h às 12h – Plantão Literário com o escritor Mídio Cavalcanti de Albuquerque
14h às 17h – Sarau teatralizado (Alunos do Viver Colégio e Curso)
14h às 17h – Plantão Literário com a escritora Ana Maria Cesar
Segunda-feira, dia 18
9h às 12h – Recital de poemas: O Bicho e A estrela da manhã (Alunos do Liceu de Artes de Ofícios)
14h às 17h – Apresentações e teatro e música (Alunos da Escola Técnica Estadual Prof. Agamenon Magalhães)
16h – Apresentação de vídeos (Alunos da Escola Maria Paz Brandão)
Terça-feira, dia 19
9h – Mesa: O Recife de Manuel Bandeira (Palestrantes: André Cervisck e Selma Vasconcelos. Mediadora: Selma Coelho. Performance: Adriano Cabral. Apresentação: Geninha da Rosa Borges e Myrian Brindeiro). Relançamento do livro de João Cabral de Melo Neto)
14h às 17h: Oficina – Experiência poética através da imagem, com João Lin.
18h: Café com Poesia – Lançamento do CD “Myrian Brindeiro canta Manuel Bandeira”
Sexta-feira, dia 29
19h – Lançamento da Exposição Beba Poesia, com trabalhos de alunos frequentadores da Releitura – Rede de Bibliotecas Comunitárias da Região Metropolitana.

SERVIÇO:
Semana Manuel Bandeira
Período: 19/04 a 23/04
Local: Espaço Pasárgada - Rua da União, 263, Boa Vista - Recife-PE
Informações - 3184-3091
ENTRADA FRANCA
Fonte: http://notape.com.br/blog/?p=2015

sábado, 16 de abril de 2011

Drummond e Quintana

                                                               Drummond e Quintana


Olá, pessoas!!!!

    Hoje trago dois poemas que foram sugestão da minha aluna Edineide, do 2 ano da manhã, para "rechearem" nosso fim de semana. Ela, que é apaixonada por Drummond, trouxe um poema dele, como não poderia deixar de ser, e indicou também um de Mario Quintana,que ela gosta muito. Aí vão eles. O primeiro é de Quintana.


OS POEMAS
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


E o segundo poema, de Drummond:



MEMÓRIA

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.


Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.


As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.


Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.



  Adorei as sugestões, Edineide!!! E vocês, o que acharam?

Beijos e até segunda!!!

Amanda



quarta-feira, 13 de abril de 2011

Mais uma de Vinícius de Moraes



Olá, pessoas!!!!


    Estou aqui de novo, agora com vontade de falar sobre Vinícius de Moraes. Achei um poema dele belíssimo, como muitos deles. Acho que vocês já ouviram em comerciais, na mídia em geral, o início desse poema, porém acho que não leram ele completo. Agora chegou a hora!!!
Aproveitem!!!!



Receita de mulher

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como o âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteia em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebal
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37º centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.


E aí? O que acharam? Concordam com a receita de mulher dele? Eu sou suspeita para falar! rsrsrsrsrs 
Beijos
Amanda