sábado, 9 de abril de 2011

Assombrações do Recife velho


                                      Mauro Mota na Praça do Sebo

Olá, pessoas!!!!

    Fim semana friorento com chuva em Recife, Olinda e adjacências rsrsrsrsrs. E vocês como estão com essa chuva toda que São Pedro nos manda? Eu estou numa preguiça só.... Mas vamos lá!!!
    Pela manhã, lendo os jornais, vi uma nota falando sobre Mauro Mota e meu querido esposo Alexandre sugeriu que eu postasse algo de do nosso poeta também. Então, atendendo a pedidos, aí vai um poema de Mota. Acho que um pouco de assombração sempre combina com dias de chuva, assim bem "friorentos".

Aproveitem!!!!


Assombrações do Recife velho

Cadeiras balançam

sem gente, sozinhas.

Fantasias, rumores

na cama, estilhaços.

Apagam-se os lampiões

de bicos de gás
e as lamparinas
de azeite no quarto.

As rezas das tias,

velas no oratório.
A noite comprida
não acaba mais.

Cavalos, boleeiros,

de fraque e cartola
nas ruas vazias.

A moça encantada

no Encanta-Moça.

O Sobrado-Grande

com assombração.

A ronda do Diabo

na Cruz do Patrão
com fogo nos chifres,
correndo no istmo
de Olinda ao Recife.

Canoas sem remo

no Capibaribe.

Uivos dos cachorros

no fundo dos sítios
e dos lobisomens
pegando as mulheres
na Volta ao Mundo.

Mauro Mota

(1911-1984)

   E aí? Ficaram ASSOMBRADOS?  Quero saber! 
Beijos
Amanda

Um comentário:

  1. Nossa, Cadeira balançando sozinha não dá; Fiquei com medo.. hahahaha
    O resto do poema é levizinho! O arrepio que eu tive foi do frio, ACHO QUE FOI, será? iiii não quero assombrações perto de mim.. kk
    Até mais Amanda, gostei do poema!

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