Olá, pessoas!!!!!
Cá estou eu, aqui de volta,com esse dia chuvoso em Olinda, Recife e adjacências rsrsrsrsrsrs!!!! E volto com Manuel Bandeira. Aí você pode pensar: "Mas de novo!!" Sim, de novo, digo eu. Bandeira tem tanta produção e, graças a Deus, de qualidade, que não posso me esquivar de dar-lhe o devido destaque. Continuo com a participação dos meus pupilos do 3 ano na escolha dos poemas.
Este primeiro, é uma escolha minha, por eu gostar muito e por ter sido estudado em sala de aula. E também, quem nunca sentiu vontade de fugir da sua rotina? Então, quando eu sinto isso, digo "Vou-me embora pra Pasárgada"!! rsrsrsrs Aí vai o poema!
Vou-me Embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira)
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
O que mais gosto nesse poema, e em muitos outros de Bandeira, é essa busca por uma realidade que poderia ter sido e que não foi. Por uma busca de uma realidade, seja ela fictícia ou cravada na infância, de uma vida sem a a famigerada doença, a turbeculose que o acompanhou e atravancou, digamos assim asua vida. Aí penso também, mas se ele não tivesse vivido como viveu, acompanhado da tuberculose, solitário, será que ele teria escrito tanto et ão bem? Sei que essas discussões não são fáceis, mas, deixo "a pulga atrás da orelha" para vocês refletirem.
Trago agora um poema indicado por José Eduardo, "Belo Belo".
Belo Belo
Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.
Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes.
A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.
O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.
Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.
Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.
As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.
Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
Tenho tudo quanto quero.
Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes.
A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.
O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.
Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.
Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.
As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.
Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
E quem nunca quis "poder sentir as coisas simples"? E agora, trago outro poema muito conhecido e indicado por Elisama. Nesse poema, Bandeira brinca com a sonoridade e o poema vira quase um trava-línguas!!!!!
A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
E outro também falando de onda, mas de uma forma diferente, trazido por Gleice e Andreza.
Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.
Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d'alva
Rainha do mar.
Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.
Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d'alva
Rainha do mar.
Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
Vejam a ânsia de Bandeira por "ser feliz"!!!!! Ele queria apenas as coisas simples, mas que a doença não lhe permitia. E ele diz "quero esquecer tudo"!!! Haja sofrimento...
Em breve, volto com mais posts!! Aguardem!!!
Beijos e falem comigo, comentem, sinto falta da "voz" de vocês aqui no blog!
Amanda
Fica bom conhecer mais sobre Manuel Bandeira através do seu blogger Prof. Nós alunos do 3º ano, estamos agradecidos. Sim.. continue a caprichar nos posts viu rs..
ResponderExcluirAté mais.