
Esta é a primeira postagem no meu mais novo filho: o blog Literatura e aprendizagem. Este blog foi uma ideia minha - surgida numa das minhas muitas reflexões de como fazer a literatura ficar mais próxima da vida dos meus alunos - apoiada pelos meus queridos alunos da Escola Radialista Luiz Queiroga, em Jardim Paulista, Paulista PE. Aqui será um espaço nosso, no qual poderemos expressar nossas opiniões, nossas sensações sobre os textos literários, sem receios e sem obrigação. Aqui é um espaço livre, livre como é a literatura.
Espero que vocês gostem.
E depois desse blá blá blá inicial, que tal um poema para começarmos a nossa conversa?
Vocês já ouviram falar em Carlos Pena Filho?
Não?!! Então, eu lhes apresento um poema dele, Carlos Pena Filho, pernambucano.
Desmantelo Azul
Então pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas
depois vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas
Para extinguir de nós o azul ausente
e aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas
E afogados em nós nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço
E perdidos no azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul: azul.
por não poder de azul pintar as ruas
depois vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas
Para extinguir de nós o azul ausente
e aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas
E afogados em nós nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço
E perdidos no azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul: azul.
Aí abaixo, é uma escultura dele, que fica na Praça da Independência.

Abaixo, uma foto de Carlos Pena Filho.

Um pouquinho sobre a vida dele: Carlos Pena Filho (Recife, 17 de maio de 1929 — Recife, 1 de julho de 1960) foi um poeta brasileiro, considerado um dos mais importantes poetas pernambucanos da segunda metade do século XX depois de João Cabral de Melo Neto. Formado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, em frente à qual hoje se encontra o busto do poeta. Teve sua carreira prematuramente encerrada em virtude de sua inesperada morte em 1960, quando ele ainda estava com 31 anos de idade.
E aí, o que acharam do poema?
Não esqueçam de comentar... Fiquem à vontade. O blog é de todos nós!!! \o/\o/\o/\o/\o/\o/
Beijos e bom Carnaval!!!
Amanda Costa
Gostei mto desse poema Desmantelo Azul , pena ki os outros alunos estejam perdendo ... :(
ResponderExcluirEu num to perdendo nada, Tô Akiiii
ResponderExcluirO que vcs gostaram no poema dele?
ResponderExcluireu gostei mto do texto em cscsí pq achei o modo de Carlos pena falar de algo bem parexido com o de Carlos drummond , eu so naum entendi oki o azul significava pra ele :/
ResponderExcluirvse sabe ?
O azul para ele é uma forma de se modificar por não poder modificar o mundo. Quando ele pinta de azul os sapatos, ele modifica o interior dele, por não poder modificar o exterior (as ruas). E, ao se modificar, ele consegue ver a vida, as coisas, as situações, de uma forma diferente e, assim,e só depois da mudança interior, consegue modificar o que está ao seu redor.
ResponderExcluirNão sei se consegui me explicar!
rsrsrsrs
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirExatamente.
ResponderExcluirComo ele aceita que não pode modificar o mundo, ele modifica a si próprio, pintando seus sapatos com a tonalidade de que mais gosta.
A partir daí, por onde ele passar, vai deixar suas pegadas azuis, modificando, dessa forma, o mundo.
E, ao final, com tudo modificado, conseguirá criar um mundo novo ("e vimos que entre nós nascia um sul, vertiginosamente azul, azul)
Muito bom o seu comentário, Alexandre!!!
ResponderExcluir