terça-feira, 29 de março de 2011

Vinícius de Moraes e o amor



 Olá, pessoas!!!

    Promessa é dívida, e como prometi, cá estou eu novamente com mais literatura. Quem aí conhece Vinícius de Moraes? \0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/ 
    Você não conhece? E se eu disser que Vinícius já escreveu: "As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental"? 
    E se eu disser que muitos poemas dele foram musicados tais como: 

O pato

Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há.
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.

Este também:
A casa

Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque a casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.

   E agora, você conhece? rsrsrsrs Na minha infância (meus alunos dizem que isso foi há muito tempo... rsrsrsrs!!! Danadinhos!!!!), eu adorava estes poemas, que para mim eram músicas. Acho que eles (os poemas) ficaram no imaginário de nossas infâncias.
   Agora, vou concluir as apresentações. Trouxe uma foto dele para compartilhar com vocês.

   Vinícius de Moraes escreveu poemas para crianças, poemas que foram musicados e escreveu também poemas belíssimos sobre o amor. O  primeiro soneto que trouxe para compartilhar com vocês foi o Soneto de Fidelidade, que já é bastante conhecido. E o segundo, talvez mais belíssimo ainda, é o Soneto do Amor Total. Este soneto foi uma sugestão do meu amadíssimo marido Alexandre. Será que ele ainda está tão apaixonado por mim assim, depois de tantos anos?! rsrsrsrsrsrsrsrsrs 

    Enfim, deliciem-se com a leitura dos sonetos.

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure


Estoril - Portugal, 10.1939



Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


Rio de Janeiro, 1951

 
     E aí? O que vocês acharam? Gostaram? Não gostaram? Gostaria que vocês comentassem...

Beijos
Amanda

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