terça-feira, 15 de março de 2011

Mais um pouco com Carlos Pena Filho


Olá, pessoas!!!!

Um comentário, aqui no blog, sobre o poema "Desmatelo Azul" de Carlos Pena Filho me fez refletir um pouco mais sobre o modo como o poeta via a vida. Por isso, me deu vontade de compartilhar mais alguns poemas de Carlos Pena Filho. Aí vai o primeiro:

Para Fazer um Soneto


Tome um pouco de azul, se a tarde é clara,
e espere pelo instante ocasional.
Nesse curto intervalo, Deus prepara
e lhe oferta a palavra inicial.

Aí, adote uma atitude avara:
se você preferir a cor local,
não use mais que o sol de sua cara
e um pedaço de fundo de quintal.

Se não, procure a cinza e essa vagueza
das lembranças da infância, e não se apresse;
antes, deixe levá-lo a correnteza.

Mas ao chegar ao ponto em que se tece
dentro da escuridão a vã certeza,
ponha tudo de lado e então comece.

 

Não resisti e trouxe outro poema dele. Deliciem-se!!!


TESTAMENTO DO HOMEM SENSATO

Quando eu morrer, não faças disparates
nem fiques a pensar: Ele era assim...
Mas senta-te num banco de jardim,
calmamente comendo chocolates.

Aceita o que te deixo, o quase nada

destas palavras que te digo aqui:
Foi mais que longa a vida que eu vivi,
para ser em lembranças prolongada.

Porém, se um dia, só, na tarde em queda,

surgir uma lembrança desgarrada,
ave que nasce e em vôo se arremeda,

deixa-a pousar em teu silêncio, leve

como se apenas fosse imaginada,
como uma luz, mais que distante, breve.


Uma curiosidade: Carlos Pena Filho faleceu, precocemente, aos 31 anos, vítima de uma acidente de carro.

Agora deixo uma pergunta:  Qual a cor que ele mais gostava? Alguém me responde? rsrsrsrsrsrs

Relembrando: adoro saber o que vocês acharam dos poemas. Não esqueçam de me contar, tá?!

Beijos

Amanda Costa

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