sexta-feira, 25 de março de 2011

Mais uma de Drummond

Olá, pessoas!!!!


      Hoje trago mais um poema de Carlos Drummond de Andrade para nos deliciarmos no fim de semana. Acho este poema tão engraçado que não poderia deixar de compartilhar com vocês.


A bunda que engraçada


A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai

pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas

em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte

por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz

na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,

redunda.  

  Deixo vocês com Drummond e vou-me embora, não para Pasárgada, como diria Manuel Bandeira, mas para o meu fim de semana. rsrsrsrsrsrs Até segunda, com mais literatura!!!
Beijos
Amanda

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